borbolEta
Sem indicar o menor pingo de misericórdia o despertador toca fazendo o homem, praticamente morto há alguns poucos segundos, abrir uma fresta de um de seus olhos e internamente xingar o despertador por acordá-lo antes do final de seu sonho, mas com um pouco de esforço ele se levanta e consequentemente desliga o seu carrasco cantante que estava ficando cada vez mais alto.
Por um tempo ele meditou quais as consequências de não sair da cama e concluiu que, por enquanto, não valia pena perder o emprego por algumas horas a mais de sono, e por causa disso ele se levanta (ainda de pijama) para fazer o seu vício mais querido, beber café, mas quando o café estava pronto, com a certa quantidade equilibrada de açúcar e leite, na temperatura exata e com uma grossa camada de chantilly polvilhado com canela, perfeito para o primeiro gole, ele se lembra “não escovei os dentes”, mas aí pensou um pouco “que vá para o inferno faço isso depois”.
Enquanto pensava quanto tempo ele tinha antes de ter que ir trabalhar, o homem se encaminhou para a frente da TV com seu precioso café e por um momento antes de ligar a TV vê seu reflexo na tela preta e pensa “rapaz, já vi cadáveres em dias melhores” e logo depois a liga, mas não a nada de diferente do normal passando, uma pessoa foi estuprada ali, alguém foi assassinado lá, um político chamou o outro de tchutchuca, o governo tem uma incrível evolução em mundialmente nos envergonhar, desgraça, tragédia, massacre e o programa do fausto silvio.
Repentinamente o homem ,que ficou por um tempo tomando café e vendo a desgraça do mundo como um deus, foi interrompido pois uma coisa bateu no vidro de sua varanda e ele nem teria percebido a coisa se não fosse a sombra em seu olho causada por que bateu no vidro, ele leva seu café morno (na metade já) e abri a varanda e de primeira não vê nada, mas em seguida olha para baixo e vê uma borboleta e a primeira coisa que ele pensa é “que bicho estranho?”, mas era raro ter a chance de ver uma tão de perto e tentou pegá-la com uma mão e pôr a borboleta estar tão desorientada ele conseguiu.
Atentamente ele observou e meditou sobre aquela borboleta enquanto tomava mais do café (e assim ficou por Nove minutos) observando a cara estranha da borboleta, o padrão de suas asas, a estranha sensação de suas patinhas andando pelas suas mãos, a probabilidade daquela borboleta estar viva ali na cidade entre muitas outras coisas, pois ele não tinha nada para fazer, mas neste tempo a borboleta se recuperou e comeÇou a voar ainda mais para dentro da cidade e o homem pensou “Até esse estranho, pequeno, bonito e delicado ser não tem medo de enfrentar nosso inferno de concreto, talvez ainda tenha esperança para nós afinal”, e enquanto o homem pensava o quão filosófico estava naquele dia, ele volta para dentro de seu apartamento ainda segurando o resto do café e pega seu celular para ver que horas eram e percebe que seu despertador estava 1 hora atrasado e ele já deveria estar no trabalho, então ele toma de uma vez o que sobrou do café e vai escovar os dentes para se arrumar para mais um dia neste infernal paraíso que ainda tem um pouco de esperança.
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